terça-feira, 19 de maio de 2015

Viagem de bicicleta de Recife a Maceió - quarto dia

Este é o capítulo final do relato de viagem.
Para visualizar o primeiro dia da viagem clique aqui


Peguei minha bicicleta e deixei para trás, por alguns poucos dias, o mundo estressante em que estou acostumado a viver.
Senti-me cercado pela natureza em toda a sua beleza.
Curti a presença de cada flor, de cada coqueiro e de cada rio que atravessei, a brisa do mar, o som das ondas, o inebriante cheiro da praia.
Desfrutei o calor escaldante do sol e o frescor da chuva. Pelos vilarejos, vi a claridade ofuscante do dia em toda sua intensidade e a escuridão da noite, difíceis de se notar nas grandes cidades.
Percebi que as pessoas são maravilhosas. Justamente as mais humildes são as que estão mais dispostas e prontas a ajudar. Em cada cidade que fico, vou deixando a revista sagrada Mundo Ideal para iluminar ainda mais a vida dessas pessoas.
Quando viajo de bicicleta, uso somente minha própria força para chegar aos lugares mais incríveis do planeta, inacessíveis de carro.
Pequenos prazeres, como tomar água, desfrutar da sombra debaixo de uma árvore, vão se tornando verdadeiras bênçãos nessas horas.
Ao viajar de bicicleta, tudo o que levo é o que posso carregar comigo.
Deve ser por conta desta simplicidade que fico mais perceptível a situações como o entardecer e as nuvens alaranjadas. E o amanhecer é um novo convite para pedalar e desfrutar as melhores coisas que o mundo tem a oferecer.





O quarto dia da cicloviagem iniciou com tempo meio fechado e leve chuva. 
Demorei um pouco no café da manhã e a chuva passou. 



Por volta das oito e meia, o sol voltou a sorrir num céu com poucas nuvens. 
Resumindo, a chuva não me pegou nenhuma vez até agora.



Nas mãos de Deus, vou em frente! Protegido por Deus, sigo em paz!

Cada vez mais perto de Maceió.
Partindo de Barra de Santo Antônio, pedalei 10km até a praia de Paripueira. 
Mais 10km até Floriano Peixoto. 




Depois foram mais 6 km até o Mirante da Sereia. 
Do mirante já dava para enxergar ao longe a maravilhosa cidade de Maceió. 







Passando por Riacho Doce e Garça Torta, pedalei mais12km para chegar em Maceió. 





Passava das onze horas quando cheguei a Praia de Jatiuca em Maceió.



Parei numa loja de conveniência em um posto de gasolina para lanchar. De repente, enquanto lanchava, uma leve chuva caiu rapidamente. Logo em seguida o sol voltou a bater forte.













Pelas ciclovias que margeiam toda orla de Maceió, percorri as praias deslumbrantes como Ponta Verde e Pajuçara. 
São bonitas demais as praias esverdeadas de Maceió!! ! Já conhecia Maceió, mas parece que cada vez que visito, as praias estão ainda mais belas.








Cheguei na rodoviária de Maceió às 14h. Consegui passagem para as 16h pela Viação Real Alagoas. Deu tempo de tomar banho decente na rodoviária por cinco reais. A passagem custou cinquenta reais incluida taxa de embarque. Mas há passagens mais baratas ou mais caras na mesma empresa, dependendo do horário, trajeto e classe. A bicicleta vai seguir no bagageiro do mesmo ônibus sem qualquer burocracia.
Neste quarto de dia pedalei 54km. 
Velocidade média de 14km/h
Tempo de pedal: 3h51m.
Total pedalado em toda esta viagem: 288km.



ALGUMAS CONSIDERAÇÕES E REFLEXÕES:
Quando estou na bicicleta e me perguntam de onde eu vim e para onde vou, as pessoas se espantam. Uns me chamam de corajoso, outros de louco, que no fundo é a mesma coisa. 
Loucura é ter a vida para viver e não vivê-la intensamente. 
Loucura é passar a vida toda com medo de realizar seus sonhos.
A pergunta que mais comumente ouço é "quando tempo levou? ". Isso demonstra o quanto as pessoas estão apressadas, pois dificilmente alguém pergunta: "Como é a sensação de viajar de bicicleta? ".
Hoje, aos meus 49 anos, graças a minha redescoberta da bicicleta, tenho alegria e disposição, maior do que quando tinha vinte anos.
Durante minha vida sedentária, nas férias e final de semana queria apenas descansar. Quanto mais descansava, mais cansado eu ficava. 
Agora com a bicicleta, quanto mais me movimento, mais me fortaleço e fico mais disposto para o trabalho e demais afazeres do dia-a-dia.
O que me incomoda é que a maioria das pessoas diz que sou atleta ou superatleta querendo me elogiar. Isso reforça a ideia distorcida no Brasil de que a bicicleta é coisa de pobre, maluco ou atleta, e não ajuda a incentivar o uso da bicicleta.
Amigo (a), não espere chegar aos 50 anos para conhecer os maravilhosos benefícios físicos e espirituais de pedalar.
Para concluir: Três coisas que aprendi, viajando de bicicleta:
1. Desapego: Para viver bem, não é preciso carregar muitas coisas. 
2. Visão positiva: As pessoas são boas e o mundo é bom. 
3. Atitude: Se acontecer algo errado ou imprevistos, não adianta culpar os outros. Tenho que assumir a responsabilidade e agir.
Agradeço profundamente a todos. 
Agradeço a Deus por permitir desfrutar desta maravilhosa viagem para poder contemplar uma pequena parte da Sua Grandiosa Criação manifestada na Magnífica Natureza!



Um comentário:

  1. Muito inspirador essas suas viagens,passei acreditar de todo coração que nunca é tarde para se começar algo bom para nossa vida,Um grande abraço!

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