quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Adultos voltando a pedalar

Nestes últimos anos temos vivenciado o retorno de grande número de pessoas ao pedal, algumas delas com idades acima de 60 anos. É absolutamente claro que, respeitando cuidados básicos, voltar a usar a bicicleta é fácil, um surpreendente prazer, e uma revolução de melhora na qualidade de vida.


Voltar a pedalar é fácil, divertido, uma brincadeira. A bicicleta incorpora uma leveza ligada à juventude.
O número de pessoas que voltam a pedalar depois de muitos anos, quando já adultos, é grande. Quem retorna da maneira correta sente-se feliz com a experiência e segue em frente.
Para voltar a pedalar é necessário tomar alguns cuidados, sendo o mais importante controlar o entusiasmo. O erro mais comum costuma ser montar na bicicleta, sentir aquela juventude correndo nas veias, sair feito um louco para longas distâncias. No dia seguinte provavelmente estará dolorido, talvez até machucado. No mínimo, terá problemas para sentar. Controle-se.
Reiniciar qualquer prática esportiva requer um pouco de orientação, bom senso e, acima de tudo, total controle sobre o entusiasmo. Provavelmente você não estará calejado o suficiente para um convívio um pouco mais longo com o selim.
A qualidade das bicicletas melhora a cada dia. Hoje é possível encontrar um modelo específico para cada necessidade. Hoje existem selins de várias formas projetados para diversas utilizações. Pesquise e escolha o que for mais confortável.
São conhecidos os benefícios que a bicicleta, quando usada corretamente, pode dar, principalmente para adultos:
•  ciclistas vivem aproximadamente 4 anos a mais que não ciclistas
•  a qualidade geral de vida de um ciclista é melhor que a de quem usa outros modos de transporte, principalmente se comparado aos motorizados
•  ciclistas tem uma diminuição sensível com custos de saúde (Dados acima - pesquisa UNESCO)
•  ciclistas são mais produtivos que usuários de veículos motorizados
•  se você não foi grande ciclista, ou só pedalou quando criança terá uma surpresa: pedalar será muito melhor que antes.
•  vá com calma que seu corpo se adapta.






Fonte: http://www.escoladebicicleta.com.br/voltando.html

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Como uma mulher se sente em uma bicicleta


É sobre liberdade. É sobre independência.
Eu posso ir aonde eu quiser, quando eu quiser, rápido ou devagar o quanto eu quiser. Eu não fico limitada por restrições de riqueza. Eu não fico limitada por restrições de status. Eu não fico presa por restrições de tempo.
Eu chego ao meu destino dentro daquele milissegundo que eu previ que estaria lá. Eu posso estacionar bem em frente ao bar, restaurante ou qualquer outro destino acarpetado sem ter de pagar um manobrista. Sem ficar presa em engarrafamento. Sem ter pisado em um pedal sujo de gasolina. Sem ter feito qualquer pagamento a ninguém.
No caminho até lá, eu sentirei a energia de estar VIVA. Eu vou encher meus pulmões com ar. Eu vou sentir meu sangue pulsando nas minhas veias. Eu vou sentir meu coração batendo no meu peito.
Abaixo do meu selim eu sinto a conexão com a terra. Em minha aula de yoga, meu professor sempre me diz para sentir a terra tocando o solo com meus pés. Na minha bicicleta, quando eu estou pedalando, eu sinto a energia vindo pelos meus ossos. Meus pés estão pedalando, e a cada rodada, a Terra sobe pelas minhas pernas, minhas coxas, minha pélvis. Eu sei onde eu estou.
Eu estou nas ruas de São Francisco.
Eu ouço a conversa dos passantes bêbados. Onde você vai terminar essa noite? Aonde você vai no próximo drinque? Como será difícil ir ao escritório amanhã? Alguém o vê fora de seu elemento?
Sim, era eu. Eu realmente estava tão perto das pessoas que eu vi aquele olhar roubado, aquele beijo secreto… Você não achava que eu poderia ver ou ouvir você, mas eu estava perto o bastante para testemunhar tudo.
Algumas vezes eu imagino o quanto Ralph Lauren, Betsey Johnson, Karl Lagerfeld, Vivienne Westwood, John Fluevog e (RIP) Alexander McQueen valorizariam este tipo de conexão que eu sinto com as pessoas quando eu estou guiando minha bicicleta pelas ruas. Não é esta pessoa voltando para casa, bêbada e fabulosa, com renda sobrando, que eles querem alcançar? Seria benéfico para eles tirá-los de seus carrões, limusines, janelas com vidro fumê, para experimentar a vida da forma mais pura e vibrante?
Toda vez que eu me sento em meu selim e vivo essa experiência de vida (meu transporte diário do ponto A para o ponto B), minha bicicleta me lembra o quanto é bom se sentir viva.

Fonte:  tradução do artigo disponível em www.velovogue.com/2010/11/how-woman-feels-on-bike.html

Mitos sobre a incorporação da bicicleta nas cidades


a) Topografia
As condições físico-climáticas (topografia e clima) são geralmente vistas como barreiras para a implementação de um planejamento cicloviário.
As aparentes dificuldades, entretanto, não representam um empecilho para a criação de um sistema de transporte por bicicleta. O planejamento cicloviário da subprefeitura de Santo Amaro, em São Paulo, o de Porto Alegre e, mais emblematicamente, o de Belo Horizonte, onde o terreno apresenta muitos aclives e declives, são exemplos de uso da bicicleta que ultrapassam barreiras naturais e/ou artificiais.

b) Clima
 A questão climática tampouco representa um obstáculo ao deslocamento por bicicleta.
O clima brasileiro, ao contrário do europeu, é extremamente propício à utilização da bicicleta, uma vez que o ciclista não precisa enfrentar temperaturas excessivamente baixas ou, por exemplo, o risco de nevascas.
Desde que o ciclista esteja preparado para eventuais adversidades, fatores climáticos têm maior influência sobre o tempo de percurso dos outros meios de transporte do que no caso da bicicleta. Por exemplo, uma chuva forte de quinze minutos é suficiente para ocasionar lentidão no deslocamento dos trens e metrôs e congestionamento no fluxo dos ônibus e automóveis por até algumas horas, enquanto para o ciclista basta esperar a chuva rápida passar.

c) O porte das cidades

Em cidades menores, a baixa velocidade dos veículos motorizados é um fator que estimula o uso da bicicleta. Nas cidades médias e grandes, por sua vez, é a densidade demográfica que favorece o uso e o planejamento cicloviário. Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, 40% da população habitam num raio de 3 km de distância das estações da malha ferroviária. Um sistema cicloviário integrado ao sistema ferroviário estimularia o uso deste último, reduzindo significativamente o número de carros para pequenas viagens e, consequentemente, os congestionamentos nas proximidades dessas linhas
Um estudo na cidade de Tempe, Arizona, nos EUA (Drake, 1974), indica que, à medida que a frequência do uso da bicicleta aumenta, a variedade de destinos também aumenta. Pessoas que utilizam a bicicleta poucas vezes costumam fazê-lo apenas perto de suas casas. Pessoas que utilizam a bicicleta todos os dias, no entanto, percorrem geralmente distâncias mais longas — como, por exemplo, para ir ao trabalho ou à escola, para fazer compras ou para o lazer, entre diversos outros motivos.
À medida que se passa a andar mais de bicicleta, percebe-se que muitos dos receios comumente associados ao seu uso — como o medo do tráfego motorizado, das adversidades climáticas e mesmo do roubo da bicicleta — são superestimados.

d) Falta de segurança

O custo total anual com acidentes de trânsito no Brasil é de R$ 4,8 bilhões, sendo que 57% desse total correspondem a acidentes envolvendo automóveis.
Esses números podem ser drasticamente reduzidos se houver um planejamento cicloviário adequado e se o uso da bicicleta no meio urbano for estimulado. Um sistema de transporte cicloviário benfeito representa ganhos para as finanças públicas e mais qualidade de vida para as cidades.


e) Nível de renda

Outro falso conceito é aquele que condiciona o uso da bicicleta aos países mais pobres ou, no caso do Brasil, às camadas sociais de baixa renda. Segundo essa visão, só utilizariam a bicicleta como meio de transporte diário pessoas que não dispõem de recursos para pagar uma tarifa de ônibus ou para adquirir um veículo motorizado. No entanto, o que se verifica atualmente em diversos países desenvolvidos é justamente o contrário: a implementação de uma política de mobilidade por bicicleta como fator de desenvolvimento urbano, associada à redução da poluição e promoção de qualidade de vida nas cidades. Nesses países, a bicicleta tem um papel fundamental no sistema de mobilidade e recebe tratamento prioritário nos projetos de planejamento urbano. No Brasil, o cenário atual aponta para um aumento do uso da bicicleta entre várias camadas sociais e em cidades de todos os portes. Em São Paulo, a última pesquisa Origem-Destino (2007) apontou o crescimento de 87% nas viagens realizadas em bicicleta em dez anos. Tal fenômeno se deve ao fato de a bicicleta ter começado a ser incorporada ao sistema de mobilidade e a receber tratamento adequado.

Fonte: INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE. A Bicicleta e as Cidades: Como Inserir a Bicicleta na Política de Mobilidade Urbana, © 2010.

Benefícios da implantação da mobilidade por bicicleta

fonte da imagem: http://www.gazetadopovo.com.br/blog/irevirdebike/index.phtml?mes=201112

Benefícios econômicos
»» Redução de congestionamentos;
»» Redução de gastos dos usuários;
»» Criação de empregos nos serviços de apoio;
»» Criação de pequenos negócios;
»» Redução de acidentes de trânsito;
»» Redução de consumo de combustíveis;
»» Aumento da produtividade;
»» Valorização dos espaços públicos;
»» Redução de gastos da saúde pública.



Benefícios Ambientais
 »» Redução da emissão de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa, como o material particulado, o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, CO, CO2 e compostos voláteis;
»» Redução da poluição sonora:
»» Redução da produção de resíduos gerados pelo transporte motorizado;
»» Redução da contaminação da água.


Benefícios Sociais
»» Redução de internações hospitalares por problemas cardio-respiratórios;
»» Redução da obesidade, sedentarismo, etc.;
»» Acessibilidade universal;
»» Melhoria da micro-acessibilidade (escolas, lazer, etc.);
»» Recuperação de bairros e áreas residenciais em decorrência da moderação do trânsito.

Fonte: INSTITUTO DE ENERGIA E MEIO AMBIENTE. A Bicicleta e as Cidades: Como Inserir a Bicicleta na Política de Mobilidade Urbana, © 2010.