sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Como uma mulher se sente em uma bicicleta
É sobre liberdade. É sobre independência.
Eu posso ir aonde eu quiser, quando eu quiser, rápido ou devagar o quanto eu quiser. Eu não fico limitada por restrições de riqueza. Eu não fico limitada por restrições de status. Eu não fico presa por restrições de tempo.
Eu chego ao meu destino dentro daquele milissegundo que eu previ que estaria lá. Eu posso estacionar bem em frente ao bar, restaurante ou qualquer outro destino acarpetado sem ter de pagar um manobrista. Sem ficar presa em engarrafamento. Sem ter pisado em um pedal sujo de gasolina. Sem ter feito qualquer pagamento a ninguém.
No caminho até lá, eu sentirei a energia de estar VIVA. Eu vou encher meus pulmões com ar. Eu vou sentir meu sangue pulsando nas minhas veias. Eu vou sentir meu coração batendo no meu peito.
Abaixo do meu selim eu sinto a conexão com a terra. Em minha aula de yoga, meu professor sempre me diz para sentir a terra tocando o solo com meus pés. Na minha bicicleta, quando eu estou pedalando, eu sinto a energia vindo pelos meus ossos. Meus pés estão pedalando, e a cada rodada, a Terra sobe pelas minhas pernas, minhas coxas, minha pélvis. Eu sei onde eu estou.
Eu estou nas ruas de São Francisco.
Eu ouço a conversa dos passantes bêbados. Onde você vai terminar essa noite? Aonde você vai no próximo drinque? Como será difícil ir ao escritório amanhã? Alguém o vê fora de seu elemento?
Sim, era eu. Eu realmente estava tão perto das pessoas que eu vi aquele olhar roubado, aquele beijo secreto… Você não achava que eu poderia ver ou ouvir você, mas eu estava perto o bastante para testemunhar tudo.
Algumas vezes eu imagino o quanto Ralph Lauren, Betsey Johnson, Karl Lagerfeld, Vivienne Westwood, John Fluevog e (RIP) Alexander McQueen valorizariam este tipo de conexão que eu sinto com as pessoas quando eu estou guiando minha bicicleta pelas ruas. Não é esta pessoa voltando para casa, bêbada e fabulosa, com renda sobrando, que eles querem alcançar? Seria benéfico para eles tirá-los de seus carrões, limusines, janelas com vidro fumê, para experimentar a vida da forma mais pura e vibrante?
Toda vez que eu me sento em meu selim e vivo essa experiência de vida (meu transporte diário do ponto A para o ponto B), minha bicicleta me lembra o quanto é bom se sentir viva.
Fonte: tradução do artigo disponível em www.velovogue.com/2010/11/how-woman-feels-on-bike.html
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