Fatigados com a rotina diária de embreagem-primeira-marcha-ponto-morto, personalidades contam em livro por que não há luxo maior do que se locomover à pé, de bicicleta, ou por debaixo da terra usando metrô, em uma cidade como São Paulo
Alforriados do volante
Fatigados com a rotina diária de embreagem-primeira-marcha-ponto-morto, 12 paulistanos bem-sucedidos resolveram aposentar o carro. Eles falam sobre esse feito no livro “Como viver em São Paulo sem carro".Para o idealizador do projeto, o empresário Alexandre Lafer Frankel (ele próprio um pedestre convicto há 10 anos), mais do que adotar uma postura “talibã” contra o automóvel, o importante é tentar descobrir como ser menos dependente dos quatro-rodas. “Ir à padaria ou ao supermercado a pé já ajuda. Além de ser mais saudável, é bem melhor do que ficar preso no trânsito, se estressando”, diz. Mudanças de hábitos simples, mesmo para quem não mora perto do trabalho, defende.
O livro tem texto de Leão Serva, fotos de Claudio Edinger e ilustrações de Eva Uviedo.
Confira abaixo como duas dessas personalidades conseguiram se alforriar do volante e dos congestionamentos.
Quem: Raí, ex-jogador de futebol e sócio da empresa Raí Velasco
Por que não usa carro:
Depois de morar um ano inteiro em Londres, onde fazia tudo de bicicleta, resolveu testar a magrela em São Paulo por 360 dias. Percebeu que a vida era melhor e mais tranquila longe do volante, e passou a andar de bike, metrô e, vez ou outra, de táxi dependendo do trajeto. Se diz mais feliz desde então, já que não se estressa com os congestionamentos, nem se preocupa com multas.
Acredita que a qualidade de vida na cidade é muito prejudicada pelo trânsito. Pondera: “Metade da culpa é do poder público. A outra metade é das pessoas. Tem muita gente que já poderia ter deixado o carro e ajudado a diminuir o trânsito”.
Quem: Milton Jung, radialista na CBN
Por que não usa carro:
A decepção veio depois de participar em 2010 de um desafio da Semana Mundial sem Carro, que testa a rapidez no deslocamento de vários tipos de transporte na cidade de São Paulo em horário de pico. Ele foi de helicóptero (mais veloz que um carro) enquanto o amigo cicloativista André Pasqualini usou a bicicleta.
Resultado: a bike chegou primeiro (acredite, até o céu paulistano é congestionado às 18h). “Achei tão boa essa ação que me convenci a usar mais a bicicleta. Hoje, noto que, ao pedalar, você vê coisas da cidade que de dentro do carro não aprecia”, diz.
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