segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Onde as bicicletas dominam a paisagem



Em Antonina, uma das cidades com a menor proporção de veículos por habitante no Paraná, as magrelas são maioria e convivem pacificamente com os carros

09/10/2011 | 00:11 | Cíntia Junges, especial para a Gazeta do Povo

De cores e modelos variados, as bicicletas enchem as ruas de Antonina, no litoral do Paraná. Não há números oficiais que comprovem, mas os moradores garantem que, no município com a segunda menor proporção de veículos por habitante do estado, as bicicletas são maioria no trânsito. Em cenas impensáveis para algumas cidades, carros e bicicletas transitam harmoniosamente, provando que a convivência é possível, pelo menos na pequena Antonina. A média na cidade é de 15 veículos a cada 100 habitantes.
Subindo a Serra, em Curitiba, a situação é completamente oposta. Com a maior frota do estado e uma média de 68 veículos para cada 100 habitantes, Curitiba também lidera o ranking das capitais com mais carros por pessoas, segundo o último anuário do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), de 2008. Cerca de 1,2 milhão de veículos circulam todos os dias pelas ruas e avenidas da cidade. A interação pouco pacífica entre carros, pedestres, bicicletas e motocicletas dá indícios de um trânsito já saturado. Um cenário que, nem de longe, lembra Antonina com seus quase 19 mil habitantes, 2.893 veículos, muitas bicicletas e nenhum sinaleiro.
O preço acessível, o baixo custo de manutenção e as ruas planas e tranquilas do município favorecem o deslocamento em duas rodas, acredita o auxiliar de farmácia Gerson José da Silva, de 46 anos. Morador de Antonina, há quatro anos ele precisou se desfazer do carro para construir uma casa, e diz que só sente falta do veículo em casos de emergência médica. “Cada um em casa tem uma bicicleta”, conta Silva, que atribui a boa saúde da família às pedaladas diárias.
O vai e vem de bicicletas é constante, e em meio a esse movimento intenso e dinâmico os condutores chamam a atenção pela diversidade. Ir e voltar do trabalho, da escola, pagar contas, fazer uma comprinha no supermercado ou passear, tudo é feito sobre duas rodas, muitas vezes sem qualquer equipamento de segurança. Não são raros os casos de famílias inteiras que dividem a mesma bicicleta, um verdadeiro teste de força e equilíbrio para o condutor. Na falta de estacionamento adequado, as magrelas estão por toda parte, dividindo as vagas com os carros ou simplesmente encostadas nas calçadas.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/retratosparana/conteudo.phtml?id=1178266

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